Ampliação da política de economia solidária para atender novos desafios é sugerida

A governadora Fátima Bezerra defendeu, nesta segunda-feira (27), em Natal, durante a abertura da reunião do Comitê de Economia Social e Solidária da Câmara Temática de Desenvolvimento Econômico do Consórcio Nordeste, a ampliação dos horizontes da economia solidária nos avanços da política pública, inserindo nas próximas discussões, inclusive, o aproveitamento das energias renováveis.

Durante o evento, que acontece até terça-feira (28) no Parque das Dunas, Fátima Bezerra destacou que o encontro é um momento de troca de experiências para que o Nordeste possa ampliar sua atuação no segmento de economia solidária e também sob o olhar atento do governo no enfrentamento às desigualdades sociais. “O Brasil ainda não descobriu o potencial da economia solidária”, assinalou a governadora.
Ainda no primeiro mandato, reportou a chefe do Executivo estadual e presidente do Consórcio Nordeste, a gestão tirou da gaveta a Lei Estadual de Economia Solidária, regulamentando-a após ter criado, dentro da estrutura da Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas), a Subcoordenadoria de Economia Solidária, além de ter implementado o Conselho Estadual do segmento.

“Buscamos cada vez mais integrar a economia solidária no âmbito da agricultura familiar”, destacou a governadora, que citou como incentivo para o segmento o Programa Estadual de Compras Governamentais da Agricultura Familiar e Economia Solidária (PECAFES) e o Programa Estadual de Compras Governamentais da Economia Solidária (PECES), em fase de regulamentação.

A secretária da Sethas, Iris Oliveira, disse que a realização da reunião do Comitê de Economia Social e Solidária é uma pauta que não pode ficar de fora da agenda do Consórcio Nordeste. As pessoas que fazem a Economia Solidária no Nordeste ansiavam pela abertura de um espaço no Fórum de Governadores. “A economia solidária é uma política pública que faz, constrói e sonha com uma alternativa de desenvolvimento econômico e de relação com a vida autogestionária, não poderia ficar de fora do Consórcio Nordeste”, concluiu.

Conforme o diretor de Parcerias e Fomento da Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho, Fernando Zamban, o governo federal tem o compromisso de ajudar, construir e desenvolver o papel do Comitê de Economia Solidária do Consórcio do Nordeste como um importante instrumento do segmento no território regional. “Precisamos de políticas interconectadas com o propósito comum de promover iniciativas que transformem a vida das pessoas”, destacou ele.

Para a chefe da Assessoria Especial de Economia Solidária da Secretaria Geral da Presidência da República, Tatiana de Souza Santos, a necessidade da economia solidária não é só para gerar economia de empreendimento. “Nós precisamos pensar a economia solidária como um modo de vida, mais justo, necessário e urgente”, disse.

A ex-ministra do Desenvolvimento e do Combate à Fome, Márcia Lopes, disse que o país precisa de uma economia social e popular solidária que interfira e dialogue com o processo de desenvolvimento econômico. Segundo ela, esse processo precisa ter repercussão na vida das pessoas. “Temos que pôr o discurso e diálogo como política pública de Estado com sustentabilidade e respeito à natureza”, comentou.

O secretário do Trabalho, Emprego e Renda da Bahia, Davidson Magalhães, também coordenador do Comitê de Economia Solidária do Consórcio Nordeste, disse que a região Nordeste tem práticas comprovadas e eficientes na área da política de economia solidária: “Precisamos do Consórcio Nordeste para sistematizar as boas práticas e transformá-las em uma política pública nacional consistente”.

O secretário executivo do Consórcio Nordeste, Pedro Lima, disse que o Comitê de Economia Social e Solidária tem um papel de destaque no Fórum de Governadores da região porque pensa a economia de forma inclusiva, para além da lógica do lucro da economia tradicional.Foto:Carmem Felix

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