29ª edição da FIART é aberta em Natal

A capital potiguar mergulha nas cores, formas e histórias do artesanato com a 29ª edição da Feira Internacional de Artesanato (FIART), que foi aberta oficialmente nesta segunda-feira (22), com a presença da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. 

O evento se estende até o dia 28 de janeiro e reúne artistas e artesãos de todo o Brasil para celebrar o talento e a tradição do artesanato no Centro de Convenções de Natal.

Artesãos potiguares, de outros estados brasileiros e de outros países estão distribuídos em 220 estandes, expondo e comercializando seus produtos. “A oportunidade de expor os produtos e conectar-me com o público tem trazido encomendas e reconhecimento para o nosso trabalho”, comemora a artesã Lívia Oliveira, que há quatro edições participa da FIART.

Mais que uma feira de artesanato, a FIART se apresenta como um panorama vivo da cultura local, nacional e internacional. Abrangendo desde manifestações tradicionais até produções contemporâneas, a feira destaca-se por valorizar grupos folclóricos, tribos indígenas e diversas formas de expressão cultural. Este ano, o tema "Encantos Feitos à Mão" promete envolver visitantes em uma atmosfera única.
A Feira traz ainda produtos da Agricultura Familiar, abrindo a oportunidade de comercialização e a venda direta ao consumidor. “Mostrar os benefícios dos produtos diretamente aos consumidores é uma maneira poderosa de promover o que produzimos”, avalia Geomar Neves Lopes, agricultor da zona rural de Mossoró.

Investimento

Abrindo oficialmente a FIART 2024, a governadora Fátima Bezerra ressaltou o compromisso do governo do estado com a preservação da cultura e estímulo ao empreendedorismo no cenário artesanal do Rio Grande do Norte.

“O governo do estado se sente muito feliz de estar cumprindo com o seu dever e, portanto, parceiro para valer desta importante iniciativa, que vem se consolidando como um dos maiores eventos. Referência não só para o Rio Grande do Norte, mas para o Nordeste, para o Brasil e para o mundo em matéria de promoção de incentivo de celebração do Artesanato e do empreendedorismo”, afirmou a chefe do executivo estadual, que chegou à solenidade vestindo uma produção do artesanato local da Santá Artesanato Conceitual, do município de Santa Cruz.

O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas), está investindo mais de R$ 178 mil para assegurar o sucesso da 29ª edição da Feira.

A governadora destacou que “a FIART abre o calendário do ponto de vista de grandes eventos com perfil turístico-cultural, fomentando a economia criativa. É um espaço extraordinário para os nossos artesãos exporem seus produtos, associado também a parte de capacitação, de informação e a toda essa bela agenda cultural”.

Fátima Bezerra ressaltou, ainda, o esforço, ainda como parlamentar, em buscar garantir a valorização dos artesãos. A Lei 13.180, regulamentando a profissão, foi fruto da atuação da atual governadora, à época senadora.

O Rio Grande do Norte é o 7º estado brasileiro com maior número de artesãos no Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), com 11 mil artesãos registrados. Até 2019, o estado tinha 2 mil artesãos registrados.

De acordo com Neiwaldo Guedes, idealizador e fundador da FIART, a expectativa de público para este ano é de 50 mil pessoas. “A expectativa de muitos negócios, muitas vendas. Esperamos aqui R$ 5 milhões de negócios em artesanato, gerando renda e emprego”.

Atrações e novidades

Além da comercialização de artesanato e de produtos da agricultura familiar, a FIART oferece uma programação intensa. Uma das novidades é a criação do Salão do Bordado SEBRAE/RN, ampliando as oportunidades para os artistas locais. Oficinas do Fazer, dedicadas a técnicas como macramê, crochê, cartonagem e fibras, buscam enriquecer o repertório dos participantes.

Certificação de mestres

Historicamente sempre existiu no Rio Grande do Norte os mestres do artesanato, que são aqueles que se tornam referência em torno de um trabalho, de uma tipologia, de uma arte no artesanato e que passa esse saber popular e da arte para outras pessoas.

“Existem hoje, segundo o mapeamento do programa estadual do artesanato, em torno de 42 mestres. Só que isso é reconhecido pelo público, pela comunidade, mas não tinha uma certificação, um reconhecimento dessas pessoas”, explica a secretária da Sethas, Iris Oliveira.

Segundo a gestora, para fazer o reconhecimento oficial dos mestres, o Governo do Estado publicou um decreto (Nº 33.326), de 17 de Janeiro de 2024, definindo as diretrizes e determinando quais são os passos que o programa estadual do artesanato precisam dar para certificar esses mestres. Foi formada uma comissão de curadores composta por organizações do estado, como é o caso da Fundação José Augusto, também organizações do setor do artesanato como o SEBRAE, e dos artesãos, como a Federação dos Artesãos, e outras organizações da sociedade civil. Durante dois meses, a comissão analisou vários processos desses mestres. Aqueles que já atenderam o edital e que se apresentaram.

“Essa documentação foi analisada e a comissão certificou os primeiros 14”, pontuou Iris. Os mestres receberam os certificados durante a abertura oficial da FIART.

O edital vai continuar aberto para que aqueles mestres que queiram uma certificação possam se apresentar à comissão, que vai analisar e atender os critérios para esse reconhecimento.

Participação representativa

A Sethas, através do Programa do Artesanato do Estado do Rio Grande do Norte (PROARTE-RN), selecionou 173 artesãos por meio de edital. Com representantes de 29 municípios, esses artistas produzem uma variedade de peças, desde bordados até esculturas em barro. O Salão das Tipologias abrigará associações, artesãos individuais, grupos quilombolas, ciganos, povos de terreiros e indígenas, consolidando a diversidade artesanal do estado.

Economia Criativa em foco

Além de impulsionar o turismo e a economia local, a FIART se alinha à missão do PROARTE em fortalecer o desenvolvimento do artesanato potiguar. Com cursos, palestras e ações em feiras nacionais, o programa contribui para o resgate da dignidade do artesão, incentivando o empreendedorismo e reduzindo desigualdades territoriais. Foto:Raiane Miranda

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