Proteção de tartarugas no RN é definida em Nota Técnica elaborada pelo Idema e entidades parceiras

A Câmara Técnica do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental Bonfim-Guaraíra concluiu e aprovou a Nota Técnica para os municípios litorâneos onde ocorre a desova de tartarugas, entretanto, a Nota abrange todos os municípios onde existe essa ocorrência. 

Com informações disponibilizadas pelo Projeto Tamar e outras instituições, o documento serve de orientação para visitantes e moradores do Rio Grande do Norte.

A Nota tem o objetivo de subsidiar a tomada de decisões e propor medidas mitigadoras no ordenamento na circulação de veículos automotores nas praias durante o período reprodutivo das tartarugas marinhas. Na instrução técnica são apresentadas as espécies que ocorrem; as praias com maior concentração de ninhos dentro dos limites da APA Bonfim-Guaraíra e áreas adjacentes; legislação e recomendações que visem minimizar os impactos diretos e indiretos sobre o ambiente de beira de praia.

Para a gestora da APA, Liana Sena, o documento é importante para o estado, uma vez que as praias potiguares são locais propícios para a desova das tartarugas. Segundo dados do Projeto Tamar, cinco espécies de tartarugas marinhas frequentam nosso litoral.
“A questão da desova de tartarugas é um assunto importante não só no âmbito do Rio Grande do Norte, como em todo litoral brasileiro. Talvez muitos não saibam, mas as fêmeas das tartarugas marinhas saem do mar e sobem em terra firme para desovarem nas praias em que nasceram. Além disso, as tartarugas marinhas fazem parte de uma cadeia de relações ecológicas fundamental para o desenvolvimento e sobrevivência de todo o ecossistema que inclui as praias, as dunas e os oceanos.

As tartarugas marinhas são capazes de se orientar, por meio do campo magnético da Terra, navegando milhares de quilômetros em mar aberto e retornando a sua praia natal na época reprodutiva para desovar. “O trânsito de veículos nas praias em áreas de desova prejudica muito o processo de reprodução das tartarugas marinhas e é uma das principais ameaças nesse processo, através da importância do monitoramento e, também, da sensibilização da população”, ressaltou Liana.

Juntamente com a Nota, foi elaborada uma cartilha com as principais informações do texto técnico, apresentado de uma maneira mais didática. O principal objetivo é divulgar um conteúdo que possa ser compartilhado pela rede de hotéis, pousadas e operadores de veículos.

A Câmara Técnica da APA Bonfim-Guaraíra, sobre tartarugas marinhas e o tráfego de veículos automotores, é constituída por representantes das instituições: Oceânica, Fundação Projeto Tamar, ICMBio-Centro Tamar, Instituto Biodiversidade (Ibio), Prefeitura Municipal de Tibau do Sul e Prefeitura Municipal de Nísia Floresta.

Cartilha-A cartilha “Boas práticas para conservação de tartarugas marinhas - Área de Proteção Ambiental Bonfim-Guaraíra” disponibiliza conteúdo a respeito de desova, eclosão de ninhos, período de reprodução, trabalho de monitoramento, ameaças, os procedimentos corretos ao encontrar uma tartaruga marinha, os principais telefones para contato, entre outros.

O material é uma elaboração do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação do Idema, a Fundação Projeto Tamar, ONG Oceânica, Centro Tamar/Icmbio, Instituto Biodiversidade, Prefeitura Municipal de Tibau do Sul e Prefeitura Municipal de Nísia Floresta.

“As cartilhas informativas têm grande importância no papel de sensibilização da população de forma clara e objetiva sobre determinado assunto, o que possibilita uma melhor compreensão do tema”, finalizou a gestora Liana Sena.Foto:Mariana Gondim

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