“No início fiquei devastada, não sabia o que fazer, que direção tomar. Surpresa, negação, medo e tristeza se abateram sobre mim. Fiquei repetindo muitas e muitas vezes: tenho câncer... tenho câncer, parecia surreal. Chorei às escondidas e somente comuniquei à família quando o tratamento foi definido: cirurgia, a terrível quimioterapia e a radioterapia. Mas o tempo é inexorável, não poderia ficar na indefinição. Precisava decidir entre me abater completamente ou lutar para superar o que estava por vir. Assim, optei pelo segundo plano, queria constar nas estatísticas da cura, queria viver”.
O depoimento é da administradora Zilmar Fernandes, 57 anos. Diagnosticada com câncer de mama em 2018, a descoberta precoce, através do auto-exame, foi essencial em sua história, como é na de tantas mulheres que conseguem o tempo para a cura.
Sua primeira atitude foi procurar o apoio espiritual, logo em seguida contou com todo apoio profissional, que fez total diferença no caminho do diagnóstico à cura. “No campo profissional, fui assistida por médicos mastologista, oncologista, radioterapêuta e por outros profissionais da saúde como nutricionista, farmacêutico, enfermeiro e psicólogo. Equipe multidisciplinar importante nesse processo de tratamento e enfrentamento do adoecimento. Segui, criteriosamente, todas as recomendações desses profissionais”, contou Zilmar.
Ela lembra que o tratamento é o seguimento mais importante para a cura quando o câncer de mama se apresenta, mas o diagnóstico precoce é essencial. “É o que todas as mulheres devem buscar sempre, fazer o auto-exame e os exames periódicos indicados para cada faixa etária”, afirma.
Hoje, passados 2 anos e 5 meses, Zilmar mantém o acompanhamento regular dos profissionais: mastologista e oncologista. “Meu lado profissional segue normal, o que me ajudou profundamente. Foi uma verdadeira terapia, tanto que retornei as minhas atividades laborais ainda fazendo radioterapia, sem cabelo, mas me sentindo feliz e abençoada”, disse.
Após essa experiência, Zilmar diz que tem a vida ressignificada: “novos hábitos, alimentação mais saudável, outros valores, enfim uma nova chance de vida melhor foi a mim concedida por Deus”, finaliza.
Incidência Câncer de Mama: O câncer de mama é o tipo que possui a maior incidência e a maior mortalidade na população feminina em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. É um câncer considerado multifatorial, envolvendo fatores biológico-endócrinos, vida reprodutiva, comportamento e estilo de vida.
A Vigilância Epidemiológica do estado aponta, em média, 800 casos novos/ano, sendo 250 casos novos/ano apenas no município de Natal, capital do Estado. De 2015 a 2019 foram 1.277 mortes por câncer de mama no RN, sendo 270 no ano de 2019.
O envelhecimento, fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher, história familiar de câncer de mama, alta densidade do tecido mamário (razão entre o tecido glandular e o tecido adiposo da mama) são os mais bem conhecidos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama. Além desses, o consumo de álcool, excesso de peso, sedentarismo e exposição à radiação ionizante também são considerados agentes potenciais para o desenvolvimento desse câncer.
O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de sucesso satisfatórias. O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento (exame realizado quando não há sinais nem sintomas suspeitos) seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos, seguindo a orientação da Organização Mundial da Saúde e de países que adotam o rastreamento mamográfico.
Mamografia:
27 serviços de mamografia (público/credenciado ao SUS);
22 mamógrafos de comando simples (para o exame preventivo e diagnóstico precoce do câncer de mama); 05 mamógrafos com estereotaxia (identifica a posição exata do tumor para a realização de biópsia e/ou retirada do tumor de forma precisa);
Os mamógrafos estão localizados em 12 municípios do Estado, distribuídos em 7 regiões sanitárias, com maior concentração no município de Natal, sendo 5 serviços com mamógrafos simples e 2 com estereotaxia e capacidade de produzir cerca de 135.000 mamografias/ano (considerando produção diária de 25 exames/mamógrafo em 200 dias úteis/ano).Foto:Reprodução
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