Senador Jean Paul volta a criticar venda da TAG

O senador Jean Paul Prates fez duras críticas nesta quinta-feira, 23 de maio, à iniciativa do governo de vender a Transportadora Associada de Gás (TAG). 

O consórcio formado pelo grupo francês ENGIE e o fundo canadense CDPQ adquiriu 90% da empresa. Ele defendeu que o Congresso seja ouvido na definição das políticas setoriais nas áreas de energia e mineração.

“Começam a vender ações da TAG, depois da BR distribuidora e, daqui a pouco, estarão vendendo o controle da Petrobras holding”, criticou o parlamentar, durante sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado. O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, estava presente na audiência pública.
“Não vamos permitir que esse precedente passe”, afirmou. “A Petrobras é uma empresa estatal e nacional. Esses assuntos precisam ser discutidos com o Congresso Nacional. Esse medo de passar as discussões pela Casa do Povo não pode existir”, completou.

A venda da TAG está sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por que não houve licitação. “Usaram um artigo do Decreto 9.188/17 para vender as ações da Petrobras. Mas esse artigo trata apenas das ações de outras empresas. Não da própria Petrobras. É a empresa movimentando sua carteira de ações no mercado”, advertiu. 

Jean Paul lembrou que, desde a criação da política energética nacional, definida pela Lei 9.478, é dever do Estado regulamentar os monopólios naturais. “Estão usando um artigo microscópio, para dar o direito da Petrobras vender suas ações. Isso é gravíssimo”, advertiu. 

Ele lembrou que as políticas setoriais nas áreas de energia e mineração precisam passar pelo Congresso Nacional. “Embora a política setorial seja referendada pelo voto soberano, há ritos e opiniões que devem ser ouvidas pelo Congresso. Muitas afetam estados, setores e segmentos. Não podem ser feitas no roldão”, disse. 

Após os questionamentos de Jean Paul, o ministro de Minas e Energia esclareceu que a pasta abriu uma consulta pública sobre a venda da TAG. “Todos estão tendo a oportunidade de se manifestarem. Tenha certeza que o ministério levar tudo em consideração”, disse.Foto:Divulgação

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