O editor da revista americana "Vanity Fair", Graydon Carter, 68, anunciou nesta quinta-feira (7) que deixará o comando da publicação após 25 anos no cargo. Em entrevista ao jornal "The New York Times", Carter afirmou que planeja encerrar sua gestão em dezembro deste ano.
O editor é famoso por sua influência -e festas- em Nova York, Hollywood, Washington e no mundo do entretenimento. Sob seu comando, a "Vanity Fair" notabilizou-se por fotos fantásticas de celebridades e notícias que garantiam rentabilidade.
"Quero ir embora enquanto a revista está por cima", disse Carter ao jornal. "Quero ir estando totalmente em forma, tanto no âmbito digital como no impresso. E queria ter um terceiro ato, e pensei que o tempo é precioso."
O jornalista assumiu o cargo em 1992, mudando o foco da revista para crime, cultura e celebridades. À frente da publicação, ele cultivou em seu quadro os escritores reverenciados Christopher Hitchens e Dominick Dunne, os humoristas Fran Lebowitz e James Wolcott, e a fotógrafa Annie Leibovitz.
O jornalista também é famoso por uma longa disputa com o presidente americano, Donald Trump, que já descreveu como "um homem vulgar". O confronto mais recente aconteceu em dezembro, quando a revista publicou uma crítica do restaurante Trump Grill, localizado na Trump Tower, intitulada "O Trump Grill talvez seja o pior restaurante dos Estados Unidos".
O artigo fazia paralelos entre a má qualidade da comida e o presidente eleito. Trump respondeu no Twitter: "Em queda, grandes problemas, morto! Graydon Carter, sem talento, será despedido".
A rixa entre os dois data pelo menos dos anos 1980, quando a publicação satírica "Spy Magazine", cofundada por Carter, ridicularizava o magnata como um "vulgar de dedos curtos".
Segundo o jornal "The New York Times", entre os candidatos que poderão substituir Carter estão Adam Moss, da "New York Magazine", e Janice Min, do "The Hollywood Reporter".
O grupo Condé Nast, ao qual pertence a "Vanity Fair", inclui outras publicações de prestígio como "The New Yorker", "GQ", "Vogue", "Glamour" e "Wired".Com informações da Folhapress/Foto:Danny Moloshok/Reuters