No dia “D”, hoje Dilma Rousseff irá ao Senado apresentar sua defesa contra o seu impeachment

Com a expectativa quanto à presença do ex-presidente Lula no Senado, começa nesta segunda-feira (29) em plenário o último capítulo do impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff, formalmente ré por crime de responsabilidade. Ela já confirmou a presença na sessão em que vai apresentar sua defesa aos parlamentares. 

Dilma terá 30 minutos para se pronunciar sobre o processo. Em seguida, senadores terão cinco minutos para questionar a presidente –são 47 os inscritos até o momento. Nessa fase, ela escolherá se responde ou não às perguntas. Depois, será a vez dos advogados utilizarem cinco minutos para interrogar a petista.
Dilma foi poucas vezes ao Congresso desde que tomou posse para o primeiro mandato, em 2011
Foram quase nove meses de discussões e disputas políticas desde que o processo teve início na Câmara, em 2 de dezembro. Dilma tem se reunido com Lula e sua bancada de aliados desde sexta-feira (26) e faz preparação intensiva para enfrentar as perguntas. 

O treinamento considerará as orientações de seu advogado, José Eduardo Cardozo, que acompanha desde o primeiro dia as sessões do julgamento final. O texto final da defesa de Dilma ainda está em construção, para ser concluído hoje.

Durante todo seu mandato como presidente da República, Dilma foi acusada de manter distância dos parlamentares do Congresso. Desta vez, a presidente afastada pretende encarar os senadores. 

Além de contar com a presença de Lula durante a sessão, parlamentares contrários ao impeachment afirmam que a petista está “preparada para o confronto”, enquanto senadores favoráveis à sua saída garantem que não pretendem protagonizar discussões acaloradas com a presidente afastada, tal como tem sido visto nos dois primeiros dias do julgamento.

“A presidente é preparada para confronto, quer vir, responder perguntas uma a uma. Ela não vai ter medo. Se alguém acha que vai intimidar a presidente porque está acontecendo isso está enganado”, disse Lindbergh Farias (PT-RJ), que trocou acusações com o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) nos dois primeiros dias do julgamento. 

“Se alguém acha que a presidente tem medo de ‘Seu’ Caiado, está muito enganado. Ela vem aqui e quer responder olho no olho cada senador. Ela vai mostrar na próxima segunda-feira sua inocência para todo o Brasil”, argumentou o petista.

“Da nossa parte você pode ter a certeza absoluta de que nós vamos nos comportar dentro daquela liturgia própria que se deve interrogar uma presidente da República: com todo respeito, com toda firmeza e com as colocações muito bem fundamentadas”, garante Caiado. “Da nossa parte não terá esse viés. Agora, da parte deles eu não posso responder”, provocou o senador.

Também marcada para o dia 29, a fase de discussão terá início com as falas da acusação, que serão seguidas pela defesa. Cada uma das partes vai poder utilizar uma hora e 30 minutos para expor argumentos contra e a favor do impeachment. A réplica e a tréplica poderão ser feitas durante uma hora. Já os senadores que se inscreverem para esta fase terão 10 minutos para falar ao plenário.Congresso Em Foco/Foto:Lula Marques/Agência PT

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