O senador
Cristovam Buarque (DF) anunciou nesta quarta-feira (17) no plenário do Senado
seu desligamento do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e a filiação ao
Partido Popular Socialista (PPS) na próxima segunda (22).
Com a entrada
de Cristovam, o PPS passará a ter dois representantes no Senado. Atualmente, o
único é José Medeiros (MT) – que presidia a sessão no momento em que Cristovam
discursou. A bancada do PDT, que conta com seis parlamentares na Casa, ficará
com cinco.
O motivo da
troca de sigla, de acordo com Cristovam, é o descontentamento do senador com a
aliança do PDT ao governo federal. “Quando o PDT me acolheu, ele era de
oposição. Carlos Lupi era de oposição. Mas o Lupi trouxe o PDT para o governo.
Eu fui contra, o Lupi foi ministro [do Trabalho, durante o segundo mandato do
ex-presidente Lula]. Eu tinha sensação de que dentro do governo ficaríamos
amarrados”, lembrou Cristovam.
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Senador
Cristovam Buarque em pronunciamento no senado. Semana que vem ele estará
filiado ao PPS
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“Hoje eu
percebo que eu preciso mudar ou me acomodar [em fazer parte do governo]. Mas
vendo TV, ouvindo rádio, é difícil se acomodar. […] Diante da inflação, da
corrupção, da destruição das estatais, da recessão, do analfabetismo que não é
combatido como deveria ser, da deseducação, eu me sinto na obrigação de mudar”,
acrescentou o senador.
“Creio que o
PDT deixou de oferecer a possibilidade de lutar pelas transformações, pela
imbricação com o governo atual, pela imbricação com um governo que – pior do
que crise– está provocando uma decadência no rumo do Brasil”, completou
Cristovam.
O senador,
atualmente, é titular nas comissões de Ciência, Tecnologia, Inovação,
Comunicação e Informática; de Educação, Cultura e Esporte; de Relações
Exteriores e Defesa Nacional; e de Transparência e Governança Pública.
O PPS é o
terceiro partido na trajetória política de Cristovam Buarque. Ele ficou 11 anos
no PDT, sigla pela qual se reelegeu senador pelo DF em 2010. Cristovam entrou
no PDT em 2005, quando deixou o Partido dos Trabalhadores (PT) – antes do
início do escândalo do mensalão, esquema de compra de apoio político no
Congresso Nacional durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula.
“Em 2005 eu
percebi que o PT tinha perdido o vigor que, antes, ele nos oferecia. Perdeu o
vigor transformador e eu superei a tentação de desistir [das bandeiras
políticas] e decidi ingressar em outro partido. Naquele momento conversei com
PDT e PPS, mas escolhi o PDT por conta de Brizola, da educação”, recordou
Cristovam.
O senador, que
tem a educação como principal bandeira política, foi reitor da Universidade de
Brasília (UnB) de 1985 a 1989 e governador do Distrito Federal de 1995 a 1998.
Cristovam vai completar 72 anos no próximo sábado (20). Por Gustavo Garcia e
Laís Alegretti – Do G1, em Brasília. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência
Brasil