O coordenador
jurídico da campanha eleitoral da presidenta Dilma Rousseff, Flávio Caetano,
afirmou ontem (22) que os pagamentos feitos ao publicitário João Santana
referentes às campanhas de 2010 e 2014 ocorreram de forma “legal” e
“transparente”.
Em nota à
imprensa, Caetano se manifestou sobre a deflagração, nesta manhã, da 23ª fase
da Operação da Lava Jato, que investiga o envio de dinheiro para contas de
Santana no exterior, e disse “repudiar” associações entre as apurações da
Justiça e da Polícia Federal e a campanha de Dilma. Nessa etapa da operação,
foram expedidos sete mandados de prisão, dentre eles o de Santana e da esposa,
Mônica Moura, que estão fora do Brasil e devem chegar ao país nas próximas
horas.
De acordo com
Flávio Caetano, as empresas de João Santana receberam cerca de R$ 70 milhões
pelos serviços prestados, valor que consta da prestação de contas aprovada pelo
Tribunal Superior Eleitoral. “Esse valor, por si só, demonstra que o pagamento
feito ao publicitário se deu de forma legal e absolutamente transparente”, diz
a nota do advogado. Segundo o texto, todas as despesas da campanha foram
“devida e regularmente contabilizadas”.
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Pagamentos
feitos ao marqueteiro João Santana, segundo defesa de Dilma foram dentro da
legalidade
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Conforme as
investigações da Polícia Federal, a esposa de Santana, Mônica Moura, deu orientações
sobre como enviar dinheiro a contas no exterior.A polícia também identificou um
e-mail de Mônica para um grupo de funcionários da construtora Odebrecht, que
era responsável pelos pagamentos da empresa no exterior. O destino final dos
repasses seriam contas na Suíça, a partir de financeiras localizadas nos
Estados Unidos.
“Repudiamos,
com veemência, a tentativa de setores da oposição de, sem quaisquer elementos,
buscar associar a investigação e as medidas cautelares determinadas pela
Justiça Federal em relação ao publicitário João Santana e a campanha eleitoral
da presidenta Dilma Rousseff”, acrescenta Caetano.
João Santana
coordenou as duas campanhas da presidenta Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, e a
campanha de reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Após
a operação ser deflagrada, o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em
Curitiba, determinou o bloqueio das contas pessoais e das empresas de Santana e
de Mônica Moura
No comunicado,
Flávio Caetano informa que “o próprio delegado federal” que apresenta as
medidas cautelares desta etapa da Lava Jato “afirma literalmente que, em relação
aos pagamentos feitos pelo préstimo de serviços de João Santana para a campanha
eleitoral da atual presidente da República Dilma Rousseff (2010 e 2014), 'não
há, e isso deve ser ressaltado, indícios de que tais pagamentos estejam
revestidos de ilegalidades'".
O relatório da
PF foi citado pelo juiz federal Sérgio Moro ao deferir o pedido de prisão de
Santana e de sua mulher, Mônica Moura.Foto:Arquivo/Agência Brasil
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