Prédio da Justiça Federal não terá expediente no Dia do depoimento do ex-presidente Lula em Curitiba

O prédio onde funciona a 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba não terá expediente no próximo dia 10, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será ouvido pelo juiz Sergio Moro em um dos processos em que é réu na Lava Jato.

Os manifestantes pró e contra Lula também serão isolados pela polícia em locais diferentes da capital paranaense, segundo o secretário de Segurança do Estado, Wagner Mesquita.

As decisões foram tomadas nesta quinta (4) em reunião de membros da secretaria, polícias Federal, Civil e Militar, Guarda Municipal e Exército -este último, como ouvinte. Com portas fechadas, eles discutiram por uma hora sobre o esquema de segurança para o dia do depoimento.
"Ninguém vai entrar no prédio a não ser que sejam envolvidos na audiência", afirmou Mesquita após o encontro. A PF será responsável pela segurança no edifício.

Em volta dele, um cordão de isolamento de 150 metros, controlado pela PM, permitirá apenas a entrada de moradores e da imprensa -todos serão previamente cadastrados.

Manifestantes a favor de Lula se concentrarão no centro de Curitiba, já os opositores ficarão na área do Centro Cívico. Os membros do acampamento a favor da Lava Jato, que fica em frente ao prédio da Justiça Federal, não poderão ficar no local.

Até agora, não há previsão de que Lula seja escoltado para chegar ao local do depoimento.

"A previsão que nós temos, que foi repassada pelo Gabinete de Segurança Institucional, é que ele vai usar os seus seguranças, mas ele não solicitou escolta. Até então é o que nós temos. Ele pode solicitar escolta. Se ele vier a solicitar, vamos avaliar", acrescentou Mesquita.

Outra decisão tomada na reunião é que os ônibus que chegarão à cidade serão revistados pelas polícias rodoviárias. Se forem de outros Estados, terão que ter autorização da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para circular.

Haverá um ponto de estacionamento para os veículos na cidade.

Lula será ouvido no processo em que é réu sob acusação de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS, entre elas um tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo.

Também réu no processo, o sócio da empreiteira, Léo Pinheiro, disse a Moro que o apartamento é de Lula.

A defesa do ex-presidente nega que o tríplex seja dele e afirma que a fala de Pinheiro é uma "versão negociada para agradar" procuradores e destravar seu acordo de delação premiada. Com informações da Folhapress/Foto:Reuters