Dois anos depois da tragédia em Mariana no estado de Minas Gerais, vilarejos convivem com abandono

Depois de ter completado dois anos da tragédia e da destruição dos três distritos atingidos pelo rejeito da mineradora Samarco - Bento Rodrigues, Paracatu e Gesteira,na cidade de Mariana no estado de Minas Gerais,permanece viva na memória e nas antigas comunidades soterradas, ainda não é possível vislumbrar as novas vilas a serem construídas para abrigar as vítimas. 
Os desenhos urbanísticos estão em processo final de elaboração.De acordo com relatos publicados pela Agência Brasil,os moradores de Mariana ainda sofrem com depressão e outros problemas de saúde causados pela destruição e o abandono por parte de ações concretas.

Entre os relatos,os moradores ainda esperam por soluções e melhores moradias para tentarem sobreviverem a tragédia que matou dezenas de moradores.
 Cruzes e raiva-A placa de 30 quilômetros por hora, em meio a casas destruídas e mato crescido em Bento Rodrigues, na cidade mineira de Mariana, recorda a tranquilidade do distrito de outrora. O topo do morro ainda guarda a histórica igreja de Nossa Senhora das Mercês intocada, o único vestígio de alegria que os moradores sempre citam ao contar sobre o local antes que a lama da mineradora Samarco soterrasse a tranquilidade da região.
Uma das sobreviventes da tragédia,Leonídia Gonçalves falou do drama vivido pela morte de seu pai,que segundo ela morreu de tristeza.

Enquanto faz arroz na cozinha da casa alugada e mobiliada pela mineradora Samarco, na sede do município de Mariana, em Minas Gerais, Leonídia Gonçalves, de 46 anos, lembra que um dos maiores prazeres do pai, de 67 anos, Alexandre, era tocar moda de viola e jogar baralho todas as noites, no bar de Paracatu de Baixo. 
Na casa alugada e mobiliada pela mineradora, Leonídia Gonçalves, de 46 anos, relembra os tempos em que vivia  em Paracatu de Baixo, área que foi destruída pela lama
As filhas dela, gêmeas, brincavam na rua quando queriam. Todos moravam lado a lado, já que, ao se casar, Leonídia construiu sua casa no terreno do pai. Agora, essa é uma lembrança que não se repetirá nem mesmo quando a família for reassentada na nova Paracatu, que deve ser construída como reparação. Alexandre morreu em março deste ano, de infarto.Com informações Agência Brasil/Fotos:José Cruz/Agência Brasil