Venda de liminares era negociada em grupos de Whatsapp,entre advogados e pessoas de confiança de Desembargadores do TJ-CE

Advogados e pessoas de confiança de desembargadores do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) negociavam venda de liminares por meio de grupos formados no aplicativo WhatsApp, segundo informações divulgada pela Polícia Federal em Fortaleza. 

A PF deflagrou ontem (28), junto com o Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE), a segunda fase da Operação Expresso 150.

Catorze advogados e três desembargadores foram alvos de mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão em seus escritórios e gabinetes. Batizada de Cappuccino, essa fase da investigação revelou que os envolvidos se organizavam em três núcleos, cada um atuando em torno de um magistrado.

Um dos núcleos envolveu candidatos a concurso da Polícia Militar do Ceará feito entre 2011 e 2012. Mais de 300 pessoas foram beneficiadas a partir da compra de liminares que permitiram o ingresso na carreira de soldado. 
A Polícia Federal estima que cada candidato pagou cerca de R$ 5 mil. Os outros dois núcleos envolviam, na maioria, a negociação de habeas corpus para criminosos em plantões judiciários, que chegavam a custar R$ 150 mil.

“No plantão, o desembargador atua de maneira isolada e, mesmo que a decisão seja revertida na próxima sessão, o prejuízo já foi causado. Numa situação em que alguém está sendo procurado pela Justiça, com mandado expedido pelo próprio Judiciário, ou em flagrante-delito feito pela polícia, todo o trabalho é posto em prejuízo absoluto porque quem tem uma decisão como essa não vai ser encontrado na segunda-feira no mesmo local onde a polícia o encontrou durante a prisão”, disse o superintendente da Polícia Federal no Ceará, Delano Cerqueira Bunn.Agência Brasil.Foto:Divulgação 

Comentários